Erros em prova da OAB mostram despreparo de bacharéis

“Perca do praso”, em vez de perda de prazo. “Prossedimento”, e não procedimento. “Respaudo”, em lugar de respaldo. “Inlícita”, e não ilícita. Erros de português como estes foram constatados no primeiro exame de 2011 da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), por meio do qual os diplomados em direito buscam aprovação para poder exercer a advocacia.

Por causa disso, a entidade defende a manutenção da prova de habilitação para os futuros advogados. Em breve, o assunto deverá ser julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

No ano passado, nove em cada dez candidatos ao exame unificado da OAB foram reprovados. Os resultados não deixam dúvida sobre a formação deficiente dos bacharéis em direito – ou pelo menos sobre como eles estão aquém das exigências da entidade.

A Agência Brasil teve acesso a partes das provas do primeiro exame de 2011 da entidade. Os erros não se restringem à falta de domínio da língua portuguesa. Os inscritos também desconhecem noções elementares de direito e sobre a formação do Estado brasileiro.

Em uma das questões da provas, um candidato responde que o o juiz do Trabalho não pode “legislar sobre falência”. Em outro trecho, o inscrito mostra que desconhece o mais alto cargo do Judiciário, o de ministro do STF. A petição simulada na prova pelo candidato é dirigida ao “Exmo. Sr. Desembargador do Supremo Tribunal Federal”. No entanto, não há desembargadores no Supremo.

Os erros dos candidatos mostram que é preciso uma seleção mínima para que os diplomados em direito possam exercer a advocacia, diz o vice-presidente da Comissão Nacional do Exame da Ordem e coordenador da comissão de elaboração do Exame da Ordem Unificado, Luís Cláudio Chaves. “O advogado lida com a liberdade, com o patrimônio, com a questão sentimental em um processo de família. Se essa pessoa fizer mal a alguém [por falta de competência profissional], se alguém for preso pela sua baixa qualificação, como se remedia isso? ”

O questionamento sobre a legalidade do exame da OAB chegou ao STF por meio de uma ação impetrada pelo bacharel João Antonio Volante. A ação tem como relator o ministro Marco Aurélio Mello. Na semana passada, o parecer do Ministério Público Federal (MPF) sobre o assunto causou polêmica nos meio jurídicos: o subprocurador-geral da República Rodrigo Janot considerou o exame inconstitucional e argumentou que ele serve para fazer reserva de mercado.

“Se fosse um concurso com restrição de vagas, poderia haver questionamento da constitucionalidade, mas estamos procurando aptidões”, assinala Chaves. “Isso existe até em funções não intelectualizadas. Um motorista, por exemplo, precisa de uma carteira de determinado tipo para dirigir profissionalmente.” Para ele, é melhor que a OAB submete os bacharéis à prova do que constatar o despreparo durante o exercício profissional

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3 respostas para Erros em prova da OAB mostram despreparo de bacharéis

  1. Anônimo disse:

    Eu sou contra o exame.
    Tem um índice de aprovação ridículo e não garante que fará um bom profissional.
    Tem quem paga a mensalidade da Ordem sem trabalhar, por falta de verdadeira capacidade, apesar de ser aprovado.
    Se formos verificar, há muitos que tem parente advogado, promotor e podem estagiar e aprender o que a escola não ensinou.
    A inscrição, que deve ser renovada a cada tentativa, é cara e o próximo exame traz novidades nos direitos e leis, que a pessoa, pra aprender, precisa pagar cursos extras.
    Aí, acaba desistindo, procurando outra profissão e tendo desperdiçado seus anos de curso, gastos e ideais nobres.
    Também e ainda, vê outros que iam à faculdade por que o pai mandou, por que querem um diploma, ou por que “dá dinheiro”… que decoravam conceitos, colavam, chegavam atrasados, viviam em festas e atrapalhavam aulas!
    A realidade é essa, infelizmente e acho que há mesmo razão para se dizer que ele pode impedir uma pessoa de trabalhar, fazê-la ver destruído um sonho e sentir-se humilhada.

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  2. Anônimo disse:

    1-A OAB não respeita nem o próprio edital do “concurso” que promove, não poderia divulgar as provas dos candidatos reprovados.
    2-Em todo e qualquer concurso haverá erros de português, um caso publicado em um post de entidade suspeita (OAB), que já tentou se defender nessa semana até chamando o Sub-procurador, de SUB, infantil, ingênuo, despudorado…, o que não fica claro é o seguinte, foi um candidato, dois ou três que cometeram tais erros, ou a OAB quer dizer que foram os 94% (130 mil) candidatos reprovados na primeira fase de 2011.3 que cometeram tais erros?
    3- A OAB cria todo um alarde de desinformação enquanto procura se defender da própria população. Pois o parecer do sub procurador publicado a duas e não foi feita nenhuma outra menção a esse assunto exceto pelas instituições se defendendo dos boatos semeados pela OAB, enquanto a repercussão ecoa na internet criando comoção entre as centenas de milhares e até por que não dizer milhões de bacharéis injustiçados pela inconstitucionalidade dessa prova.

    Abaixo assinado contra o Exame aproveitemos a mobilização causada pela notícia para nos expressarmos.

    Nova petição.

    http://www.peticaopublica.com.br/?pi=P2011N12585

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  3. Anônimo disse:

    Estão desesperados mesmo, cadê a ética?
    Que falta de respeito com quem pagou uma taxa abusiva para passar por essa humilhação.
    Não acredito que esses erros ocorreram, mas se ocorreram são insofensivos, não causam nem de longe dano à sociedade.
    Nunca ouvi dizer que uma petição fosse devolvida por causa de troca da caracteres.
    Conheço mestres e Doutores e percebo vários erros em textos produzidos por eles, para escrever na velocidade do pensamento não é raro errar.
    Ainda bem que a tecnologia para ajudar o ser humano, que é passível de erros, permitiu ser criado programas de computador que fazem correção perfeita.
    Ademais quem está fazendo prova, está nervoso o tempo é curto e não dá para reescrever corrigindo.
    Se for por isso voltar a trás e aprovar todos.

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